quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A arte é experimentação.
É um pensamento flagrado, fisgado de um olhar,
de um momento.
O que eu gosto nessa experiência?
Não revelar a verdade
colocar véus
provocar o olhar a desvendá-la
seduzir
intrigar
movimentar...
Mas a verdade pura, só minha,
pode não ser tão verdadeira
como um reflexo num espelho invertido.
A Arte é tudo e é nada.
É um vazio num espaço
É o inconsciente consciente,
registrado
Há muitos espaços dentro de nós
assim como vazios
e neles podemos adentrar
com lamparinas ou holofotes
para desvendar os mistérios,
o oculto, as interrogações,
as exclamações e ,
de repente,
gritos, sussurros, gemidos,
ais, uis,
palavras de ordem, verbos imperativos
Faça! Vá! Corra! Corra daqui!
Liberte-se! Liberte-me!
Resgate!
Dance!
Ame!
Se atire, não tema! Não tema!!!
Mas o que me aprisiona?
Minha mente se esgota e se desespera
vendo essa realidade segmentada
por essas barras de ferro
grilhões que me atormentam,
como signos da negação
do impossível
do intocável
do improvável...
Esses malditos ferros que me desafiam
todo o tempo a desistir e morrer...
Tanta limitação e dor
me fazem imensa e grandiosa
na resistência.
Como?
Senão podemos com os limites impostos
a não-ação me engrandece
e os enfraquece.
A não-reação os surpreende
e tão logo as grades se derreterão
e eu,
estarei blindada
coberta com o ouro da sabedoria
e vitória!

O tempo me coroará!

Aceita o teu destino quando vês que
não podes mudá-lo.
Sofra menos, observe mais.
Cresça e se libertará!

Monica Rocha

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